Lançado em 1974, O Massacre da Serra Elétrica é um dos maiores clássicos de horror de todos os tempos. Baseado em caso verídico de Ed Gein - que também serviu de inspiração para Psicose de Alfred Hitchoock, assassino que exumava cadáveres e construía utensílios com ossos e peles de gente , a longa de baixíssimo custo dirigido por Tobe Hooper, não demorou a se tornar objeto de culto entre fãs do gênero. O seu realismo cruel e visceral propiciou um novo rumo para os slasher films, influenciado incontáveis outras fitas de terros que viriam a seguir.
As várias sequências, remakes e prequels produzidos nos anos seguintes falharam miseravelmente em repetir o sucesso do original, além de criar uma bagunça enorme na cronologia da franquia. Pra não confundir ainda mais a cabeça do Público, os produtores de O Massacre da Serra Elétrica 3D - A Lenda Continua Resolveram então, ignorar tudo que foi realizado anteriormente a fazer a continuação direta do clássico, focando personagem Leatherface, o maníaco que usa máscara feita com o rosto de suas vitimas e se notabilizou por empunhar uma moto serra movida a diesel e não eletricidade.
A História começa exatamente onde parou a longa setentista. Um tribunal de inquisição popular é montado ao redor da casa dos canibais e o local é queimado com a família dentro. Um bebê sobrevive e é criado as escondidas, sem nenhum conhecimento do que ocorreu aquele dia ou da sua verdadeira identidade. Anos mais tarde, esta criança transformou-se na bela Heather(Alexandra Daddario), que erda uma enorme mansão numa cidade onde nunca esteve de uma avó que nunca conheceu. No porão do lugar, um presentinho grego: seu primo Leatherface, que também escapou do fogo e, mesmo com o pesar da idade, continua veloz e letal.
Se a intenção de A Lenda Continua era ser fiel ao clássico, a emenda saiu pior do que o soneto. Beirando a auto-paródia, o roteiro da sequência não podia ser mais negligente, repleto de erros gritantes. O pior deles é tentar esconder as datas dos eventos, tratando os fãs do original feito bobos. Se o primeiro filme se passa em 1974, a protagonista adulta já estaria beirando seus 40 anos dias atuais - iphones e outras modernidades entregam o tempo presente. A personagem de Alexandra Daddario ( de Percy Jackson e O Ladrão de Raios) até usa calças boca de sino, mas ainda está na casa dos 20 anos.
Entretanto, este lapso temporal, os típicos clichês do gênero, explicações infundadas, o 3D picaretas, as atuações canhestras e alguns diálogos que desafiam a inteligia da plateia não são o maior problema da película. Próximo ao desfecho, um sentimentalismo barato e ridículo invade o filme procurando vitimizar e humanizar o sádico homicida. Mesmo tendo ele trucidado seus amigos com requintes de crueldade, Heather, acredite, se piedade pela condição doentia de seu priminho psicopata. Haja paciência com esse terrível filme.